Formas operatória e predicativa de conhecimentos sobre função afim identificadas a partir do diálogo entre alunos videntes e com deficiência visual

Resumo

Apresentamos neste texto parte dos resultados de uma dissertação de mestrado realizada por uma das autoras, que teve como intenção principal a análise das possibilidades inclusivas de uma sequência didática sobre Função Afim, em que os procedimentos e representações gráficas foram descritos em língua natural (oral ou escrita) por duplas de alunos, dentre as quais umas delas envolvia uma aluna com baixa visão grave. Para este artigo, apresentamos parte dos resultados da investigação já realizada, e estabelecemos como objetivo investigar como é realizada a descrição em língua natural (oral ou escrita) das representações gráficas e os procedimentos para a resolução de atividades envolvendo Função Afim, por alunos videntes e em diálogo com uma aluna com baixa visão grave. Para o desenvolvimento da pesquisa, elaboramos e implementamos uma sequência de tarefas para uma turma de 22 alunos do Ensino Médio. A elaboração das tarefas foi baseada na Teoria dos Registros de Representação Semiótica, de Raymond Duval, especialmente no que se refere a articulação entre diferentes registros de representação semiótica. A análise dos dados foi fundamentada na Teoria dos Campos Conceituais, de Gérard Vergnaud, principalmente no que diz respeito às formas operatória e predicativa do conhecimento. As análises da pesquisa mostram que os diálogos entre as duplas de alunos explicitam a mobilização da forma operatória do conhecimento, ou seja, as duplas ainda encontraram-se no “saber fazer” apresentando dificuldades em descrever oralmente as representações gráficas, mesmo já havendo estudado o assunto no ano anterior. As atividades inclusivas favorecem transformações nas relações aluno-aluno e aluno-professor oportunizando trocas de ideias, colaboração, ajuda mútua e o respeito às diferenças.