Desempenho de indicadores de obesidade abdominal e risco cardiovascular de idosos atendidos na rede básica de saúde do município de Belém - PA

Resumo

O aumento da incidência da obesidade e cardiopatias na população idosa levanta a questão sobre as medidas antropométricas utilizadas rotineiramente nos serviços ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS), que podem estimar o risco cardiovascular (RCV). O presente estudo teve como objetivo avaliar o desempenho de dois indicadores de obesidade abdominal correlacionados como Índice de Massa Corporal (IMC): circunferência da cintura (CC) e a razão cintura/quadril (RCQ), assim como, investigar os principais fatores de risco associados em pacientes idosos atendidos na rede básica de saúde do município de Belém – PA. Foi realizado um estudo descritivo populacional em três Unidades Básicas de Saúde (UBS) no período compreendido entre junho e agosto de 2009, que incluiu 58 idosos (66,8 ± 5,9 anos) escolhidos de forma consecutiva e que quiseram participar de forma voluntária da pesquisa. Os dados mais relevantes na caracterização do grupo e na identificação das situações de RCV foram: baixo nível escolar (70,6%), alimentação inadequada (63,8%), tabagismo (41,4%), etilismo (51,7%) e sedentarismo (50%). A CC e a RCQ se correlacionaram com o índice de massa corporal (IMC), sendo que a CC apresentou uma moderada correlação tanto para homens (r = 0,579; P< 0,003) quanto para mulheres (r = 0,646; P<0,001), enquanto que a RCQ apresentou uma fraca correlação (r = 0,337, P<0,001 para homens; r = 0,194, P< 0,04 para mulheres). Os dados encontrados no estudo confirmam que a melhor correlação para medir o RCV na amostra de idosos estudada foi entre IMC e circunferência da cintura para ambos os gêneros.