Capacidade funcional para a realização das atividades de vida diária como forte preditora de autopercepção de saúde de idosos: um estudo comparativo com dois países da América Latina

Resumo

O envelhecimento populacional é mais evidente e acelerado em países em desenvolvimento como o Brasil e o México, processo que pode gerar maior prevalência de doenças que causam incapacidade. Por interferir na independência e na autonomia dos idosos, a diminuição da capacidade para realizar as atividades da vida diária vem sendo associada à pior autopercepção de saúde (APS). Comparações internacionais podem melhor esclarecer possíveis impactos da relação entre capacidade funcional (CF) e a APS a nível populacional. O objetivo do estudo foi observar a relação entre APS e CF para a realização de atividades da vida diária em duas amostras representativas desses países. Foi realizada uma análise secundária dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 (Brasil) e da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição de 2012 (México). Ambas as pesquisas nacionais eram transversais, baseadas em amostragem domiciliar. Evidenciou-se que a população idosa brasileira tem maior chance para APS boa quando comparada a população idosa mexicana; e que a capacidade funcional, a partir da independência e da autonomia, influencia na APS, independentemente da idade. Salienta-se a importância da discussão de políticas públicas que visem à manutenção da capacidade funcional dos idosos e, consequentemente, a autopercepção de saúde desta população.