Raízes do mito da branquitude no Rio Grande Do Sul, um olhar pela obra de Jorge Salis Goulart
DOI:
https://doi.org/10.5335/srph.v23i2.16428Palavras-chave:
Racismo, Rio Grande do Sul, Jorge Salis Goulart, NegroResumo
O artigo revisita uma obra clássica do pensamento histórico e sociológico do Rio Grande do Sul, A Formação do Rio Grande do Sul, de 1927, de Jorge Salis Goulart, um influente intelectual gaúcho que, com esta obra, oferece um paradigma importante para a interpretação da formação da sociedade sulina, e contribui para uma construção ideológica que perdura contemporaneamente sobre uma representação embranquecida do Rio Grande do Sul. O foco é demonstrar como a obra introduz, pela primeira vez, uma leitura racializada do Rio Grande do Sul, reproduzindo, naquele contexto, o debate contemporâneo sobre raça. Ao mesmo tempo, procura-se demonstrar o quanto essas interpretações foram fortemente ideológicas e, no limite, distorceram a realidade empírica, contribuindo para exercer uma violência simbólica quanto à representação do negro na sociedade sul-rio-grandense.Downloads
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