O esporte como categoria de agência humana?

O ideal universalista do esporte em debate

Autores

  • Guilherme Moreira Gomes da Cruz Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5335/srph.v23i2.15499

Palavras-chave:

Esporte, Modernidade, Universalidade

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo principal propor uma reflexão sobre o ideal universalista do esporte. O esporte é apresentado constantemente a partir de uma perspectiva positiva e em certos posicionamentos visto como uma prática comum em qualquer sociedade e nos mais diversos períodos históricos. Entretanto, é necessário compreender que a universalidade do esporte é um problema de classificação que precisa considerar as marcas da modernidade como contexto de sistematização das atividades e o estabelecimento das relações de poder. Nesse sentido, é necessário investir no debate a respeito da universalidade do esporte, assim como da própria modernidade, advertindo sobre as fissuras nesse ideal e refletindo sobre a potencialidade de conceber o esporte de maneira heterogênea e dinâmica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVES, Alexandre. A crítica de ponta-cabeça: sobre a significação de Kant no

pensamento de Foucault. Trans/form/ação, v. 30, p. 25-40, 2007.

BALE, John & CRONIN, Mike. Sport and Postcolonialism. New York: Berg, 2003.

BENEDICT, Ruth. Padrões de cultura. Editora Vozes, 2013.

BENTO, Jorge Olímpio. Do" Homo Sportivus": relações entre natureza, cultura e técnica. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 21, n. 4, p. 315-330, 2007.

BETTI, Mauro. Cultura corporal e cultura esportiva. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 44-51, 1993.

BRACHT, Valter. Esporte, história e cultura. In: PRONI, Marcelo Weishaupt; LUCENA, Ricardo de Figueiredo (orgs.). Esporte: história e sociedade. Campinas: Autores Associados, p. 191-205, 2002.

BRITO, Leandro Teofilo de. Da masculinidade hegemônica à masculinidade queer/cuir/kuir: disputas no esporte. Revista Estudos Feministas, v. 29, 2021.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da

identidade. Editora José Olympio, 2018.

CHAKRABARTY, Dipesh. Provincializing Europe: Postcolonial Thought and

Historical Difference. Princeton University Press, 2008.

CLEVENGER, Samuel M. Sport history, modernity and the logic of coloniality: A case for decoloniality. Rethinking history, v. 21, n. 4, p. 586-605, 2017.

DUARTE, Luiz Fernando Dias. A pulsão romântica e as ciências humanas no Ocidente. Revista brasileira de ciências sociais, v. 19, p. 5-18, 2004.

EICHBERG, Henning. Olympic Sport: neo-colonialism and alternatives. In: BALE, John; PHILO, Chris (Ed.). Body Cultures Essays on Sport Space and Identity by Henning Eichberg. Routledge, 2002.

EISENSTADT, Shmuel Noah. Modernidades Múltiplas. Sociologia, Problemas e Práticas, n. 35, p. 139-163, 2001.

FIRMINO, Flávio Henrique.; PORCHAT, Patrícia. Feminismo, identidade e gênero em Judith Butler: apontamentos a partir de “problemas de gênero”. Doxa: Rev. Bras. Psicol. Educ., Araraquara, v.19, n.1, p. 51-61, jan./ jun. 2017. ISSN: 1413-2060.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara, 1989.

GONÇALVES, José Reginaldo. O espírito e a matéria: o patrimônio enquanto categoria de pensamento. Antropologia dos objetos: coleções, museus e patrimônios, 2007.

GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, v. 31, p. 25-49, 2016.

HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1989.

JÚNIOR, Wanderley Marchi. O esporte “em cena”: perspectivas históricas e interpretações conceituais para a construção de um Modelo Analítico. Revista da ALESDE, v. 5, n. 1, p. 46-67, 2016.

KANT, Immanuel. Começo conjetural da história humana. Cadernos de Filosofia Alemã, nº, v. 13, p. 109-124, 2009.

LÉVI-STRAUSS, Claude. “Raça e História”, in Antropologia Estrutural II Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976.

MELO, Victor Andrade de. De Olímpia (776 aC) a Atenas (1896) a Atenas (2004): problematizando a presença da Antiguidade Clássica nos discursos contemporâneos sobre o esporte. PHOÎNIX, v. 13, n. 1, p. 350-376, 2007.

MIGNOLO, Walter D. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista brasileira de ciências sociais, v. 32, 2017.

MÜLLER, Norbert; TODT, Nelson Schneider (Ed.). Pierre de Coubertin (1863-1937) – Olimpismo – Seleção de textos. EDIPUCRS, 2015.

PADIGLIONE, Vincenzo. Diversidad y pluralidad en el escenario deportivo. Apunts. Educación física y deportes, v. 3, n. 41, p. 30-35, 1995.

PARRY, Jim. Olimpismo para o século XXI. Ciência e Cultura, v. 68, n. 2, p. 49-53, 2016.

MARQUES, Renato Francisco Rodrigues. O conceito de esporte como fenômeno globalizado: pluralidade e controvérsias. Rev. ODEP. Vol. 1. Num. 1. Enero-Marzo, 2015.

ROSSETTO, Adriano José. Cultura e Esporte: o possível diálogo. Revista da ALESDE, v. 4, n. 2, p. 46-55, 2014.

RUBIO, Kátia. Do olimpo ao pós-olimpismo: elementos para uma reflexão sobre o esporte atual. Revista Paulista de Educação Física, v. 16, n. 2, p. 130-143, 2002.

SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Editora Companhia das Letras, 2007.

TUBINO, Manoel José Gomes. Dimensões sociais do esporte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.

VAZ, Alexandre Fernandez. Da modernidade em Walter Benjamin: crítica, esporte e escritura histórica das práticas corporais. Educar em revista, p. 61-79, 2000.

Downloads

Publicado

20-02-2025

Como Citar

Cruz, G. M. G. da. (2025). O esporte como categoria de agência humana? : O ideal universalista do esporte em debate. Semina - Revista Dos Pós-Graduandos Em História Da UPF, 23(2), 164-180. https://doi.org/10.5335/srph.v23i2.15499

Edição

Seção

Artigos Livres